Tuahir adormece e Muidinga continua a ler por longas horas. Apercebe-se de que o homem que haviam encontrado morto tinha grande conhecimento, não só sobre letras e ciências, mas também sobre guerra, o que se revela útil no futuro.
Passam alguns dias protegidos junto do autocarro, mas a comida começa a escassear pelo que precisam de se mover para procurar fonte de sustento.
Decidem então partir. Caminham durante alguns dias e encontrar o que comer revela-se uma tarefa difícil, visto que a guerra havia destruído a maioria das plantações.
Felizmente, avistam uma pequena cabana ainda intacta com uma grande variedade de árvores de frutos em sua volta. Quase que como uma miragem. Era tudo o que precisavam.
O que eles não sabiam era que a pequena habitação não se encontrava intacta por acaso.
Pertencia ao chefe da RENAMO e era utilizada para a conspiração desse grupo contra o governo.
Assim que estes chegam ao local, deparam-se com Tuahir e Muidinga a tirar os frutos das árvores e lançam tiros. Tuahir e Muidinga gritam por piedade e pedem para lhes poder explicar a situação. Eles cessam fogo, prendem-nos pelos braços e levam-nos para dentro.
Tuahir e Muidinga explicam que são apenas vítimas da guerra e que apensas procuram comida e abrigo para que possam sobreviver. Os elementos da RENAMO, apesar de tudo, atenderam aos seus pedidos e permitiram que ficassem lá o tempo que precisassem. No entanto, este bom ato não surgiu apenas por boa vontade. Os soldados queriam algo em troca: precisavam que Tuahir se juntasse a eles na guerra.
Tuahir, sem outra opção e querendo proteger Muidinga a todo o custo aceitou.
Tuahir e os membros da RENAMO partiram no dia seguinte para o campo de batalha, deixando Muidinga em casa.
O rapaz, que ainda transportava consigo o caderno que encontrara ao pé do homem morto, sentou se à mesa e retomou a leitura. Após algumas páginas apercebe-se de que aquela casa estava lá descrita. Falava-se de um documento onde estavam registados todos aqueles que se juntaram ao movimento. Ora, os pais dele abandonaram-no pois ele se tornava um fardo em tempo de guerra. Teriam os pais se juntado a este movimento?
Muidinga desata à procura desse documento. Encontra-o e descobre que o pai de facto era um elemento da RENAMO e descobre a sua localização. Logo após, os soldados entram em casa e, testemunhando a situação, pegam na arma e assim que a apontam e primem o gatilho o tio aparece e coloca-se à frente dele. O tio morre. O miúdo foge. Os soldados correm atrás dele, mas não o conseguem apanhar.
Muidinga parte em busca do pai e, passados alguns dias encontra-o.
Decidem nunca mais se separar e fogem juntos para Portugal. Recomeçam a sua vida, Muidinga estuda e torna-se num grande ativista que dá apoio a crianças e inocentes na guerra.
Ana Pacheco
Lara Silva
Mariana Dias
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